Me lembro, por sorte ou azar do destino, de meus pensamentos neste mesmo dia, há trinta anos atrás.
Criança então, ainda esses pensamentos escrevia em papel fino, de seda, colorido, que usava com varetas de taquara para fazer pipas. E empinava-os no céu, brincando, a tarde toda.
Já agora, velho, meus pensamentos escrevo em sulfite que dobro até fazer um barquinho. Pouso-o então na água para vê-lo flutuar lerdo, quase parado. Até encharcar e, desdobrando-se afundar…