Seguravam juntos a cavoca, ela é ele. Juntos também abriram o pequeno buraco no chão. Cabia nele um pequeno balde ou uma lata de tinta. Ele fazia mais força, via-se. Mas ela tentava e era sua mão, por baixo da dele, que primeiro segurava a cavoca.
Pegaram, então, uma mão de cada um, ainda, a muda que estava ao lado. Ele levou a mão para rasgar o plástico que protegia a raiz dentro de uma pelota de terra. Lembrou-se dela e esperou-a, olhou-a também. Ela segurou o plástico também é a rasgaram.
A muda foi colocada no buraco e os dois, cada um com ambas as mãos, empurraram terra para cobrir as raízes e terminar de fechar o buraco plantando-a.
Sorrindo, felizes, olharam a miudinha plantada. Tiveram muito prazer em colocá-la. Não sei por que o fizeram, não saberei. Depois de dois minutos inteiros, deixaram-na um pouco. Ela se virou. Para ele. Ele se virou para ela então. Ela levantou o rosto para o dele, lhe abraçou o pescoço e se beijaram. Depois do beijo, ele disse algo. Ela soltou as mãos que abraçavam seu pescoço, olhou-as e mostrou-as, sujas de terra. Ele não a havia abraçado. Também tinha as mãos sujas de terra.
Riram. Que pouca importância tem para quem se ama sujarem-se de terra! Mandaram a terra às favas. Eles segurou-a pela cintura. Ela segurou-o pelas bochechas. Beijaram-se de novo.
Depois olharam mais um pouco a plantinha. Ela lembrou de regá-la, pegou uma garrafinha de água que trazia na bolsa e jogou um pouco. Lembrou-se dele também. Passou-lhe a garrafa e ele repetiu regar a muda.
Olharam mais um pouquinho. Tocaram-se os dedos, não se deram as mãos logos de cara. Tocaram-se os dedos como se fossem dar as mãos, para um dizer ao outro que deviam ir.
Juntaram então as coisas que traziam e foram pela calçada. Aí sim de mãos dadas.