A lua hoje não estava em seu lugar habitual, sobre mim, em meu céu do café. Ao invés, vi-a pelo caminho. Logo que saí. Vi-a por entre galhos e folhas de uma árvores. Grande, ou melhor, próxima. Bem definida, brilhante, linda de morrer.nem a poluição urbana de fios, postes e aquelas lâmpadas amarelas feias, nem a poluição, foi capaz de lhe ofuscar. Sem nem procurar, era impossível não vê-la. Eu vim para cá. Ela para onde foi? Onde está? Mas cá, está de novo meu companheiro vento, fresco, frio mesmo. Estão meu chá, meu caderno, os balconistas que já me conhecem de nome e sabem meus gostos. Estão os casais de sempre. Não os de sempre, que cada vez são diferentes, difícil de se repetirem. Mas cá estão. E no céu, sobre mim, no céu limpo sem nuvens, não está a lua, só duas estrelas bem distantes, separadas.