No caminho para cá, eu entrei no metrô naquele saco cheio de “todos os dias o mesmo caminho, mesmo metrô…”. Até me esqueci de pegar o bilhete antes. Lembrei de pegá-lo já no bloqueio. Atrapalhei os outros que queriam passar, igual eu reclamo dos outros atrapalharem.
Logo que eu passei o bloqueio, vi umas meninas, uns vinte anos. Olharam na minha direção e riram. Achei que fosse de mim. Mas não. Lembrei que era sexta-feira. Elas estavam bêbadas. Deviam estar rindo de alguém que iam encontrar fora do bloqueio e que estava lá esperando. As sextas-feiras são assim. Cheias de bêbados se encontrando no metrô para sair para beber.
A escada rolante descia, quase vazia. Sexta-feira, onze da noite. As pessoas não pegam metrô ali. Elas descem ali para beber. São raros os que embarcam. Só havia um casal, uns dez degraus pra baixo do meu. Casais ali são comuns. Eram mais velhos que eu. O homem arrumava a mochila nas costas.
Depois, fez algo que me deu saudade. Desceu um degrau, ficou um mais baixo que ela, e a segurou pela cintura. Imaginei o que faria. Lembrei de um post que uma amiga me mostrou, ela achou num blog, sobre como o casamento acaba com o beijo. Não devia, mas não sou eu quem vai desmenti-lo. Lembrei de histórias. E quase acertei o que fariam.
Em vez disso, ele chegou a cabela por cima do ombro dela, disse-lhe algo ao ouvido e lhe beijou a bochecha. Ela sorriu, desceu para o mesmo degrau que ele, deu-lhe a mão e também lhe beijou a bochecha. Desceram mais um pouco se olhando, até a escada acabar e foram escolher um lugar na plataforma.
Não acertei exatamente o que fariam, mas uma coisa eu tenho certeza de que acertei. Eles não eram casados.
Mas podem vir a ser…. 😉
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Talvez assim perdessem algo… o encanto.
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Será que o encanto se perde de alguma maneira quando o sentimento é diferente e único?
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